quinta-feira, 31 de março de 2011

Perfeito Melancólico

"Tentando apartar-se dos próprios sentimentos
e olhar para eles como para um objeto que se examina.

Nada mais existia para ela."

(Melancólica Villegiatura, Marcel Proust)



Desolação




 O louco sonho que habitava a minha alma dançou pelo vazio da minha vida, cavalgou confuso na escuridão de um dia. Desabitou-me de repente como se fosse morte, restou um luto, silêncio-alívio...

Viuvez de meus Sonhos que nunca fizeram sentido.



segunda-feira, 28 de março de 2011

Interrupção




Entre tanto medo e solidão
meus olhos brilham.
Mas não sou mais
quem deveria.

Eu sigo pela escadaria a passos indecisos.
Esperam por mim, mas passo fria

e eternamente sem voz.

Tudo em mim quer respirar em paz.
Ignoro todas as mãos que se estendem.
A cada abraço sinto mais frio.
Beijam-me a face com ares de Judas.


E nunca me entendem.



domingo, 27 de março de 2011

Desvelar


Que tempestade foi essa
Que passou Invencível, Abalável?

Reconheço o meu corpo
Estrela absurda
Que outrora mentia
Apaga-se aos poucos.

Inútil
a minha Verdade.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Bosque da Solidão





Ruas Frias e Escuras
por onde passei.
Prédios agitavam-se em filas
desejando os céus.

À minha vista tudo morre.
Nenhum pensamento encontra sentido.
Prossigo, mas tudo continua,
nada identifico.

Meus pés chegam sozinhos
ao bosque da Solidão.
Mas nele não mora mais
nenhum anjo
da minha antiga canção.
Ou morreu da espera
ou não existe mais meu coração.

Ruas
Frias e Escuras
por onde passei.


sexta-feira, 4 de março de 2011

Proêmio

 

 


 Sempre estou indo embora, levando junto comigo os meus sonhos, não é pesado sonhar, pesado é viver, por isso é necessário olhar para o horizonte antes de sair e perceber que só se vai além porque a vida começa por si mesma, o tempo todo e em tudo. Além de prédio há vida, atrás de tanto cinza um verde chora todos os dias pela piedade do homem.
 



"O poeta vai pela rua,
ninguém está vendo o poeta
porque o poeta é transparente."
(Jorge Tufic) 
 
 


E assim, escolho partir com as minhas líricas asas,  para ir sentar junto à janela de sua alma e observar o que há de melhor nela, compartilhar o meu ópio  ou  minhas dores de ser... assim que me inventei um dia,  é apenas desse modo que espero nunca ter de partir!